segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

As Imagens da Fé – Coleção Museu Abelardo Rodrigues

santos-1 A Maior coleção

particular de

arte sacra do

Brasil

A Corte Celestial, como o pernambucano Abelardo Rodrigues chamava a sua coleção de arte sacra – a terceira maior desse gênero no Brasil e a maior coleção particular do país.

santo 2A exposição “As Imagens da Fé” – Coleção Museu Abelardo Rodrigues apresenta cerca de 800 peças. A riqueza e a diversidade do acervo que expressa a religiosidade e a fé do povo brasileiro.

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santo 3 Crucifixos, oratórios, maquinetas, imagens, pinturas e fragmentos de talha adquiridos pelo colecionador ao longo de sua vida. Seu gosto apurado e sua paixão pelas imagens religiosas cristãs o fizeram compor uma das coleções de arte sacra mais prestigiada.

Representa o legado cristão, católico, do povo brasileiro. “Esta é uma herança marcante, principalmente na Bahia. Basta lembrar o ditado que diz que Salvador tem 365 igrejas, ou pensar na força da tradição das  festas populares, quase todas ligadas a santos católicos.

santo 4O projeto expográfico tem como objetivo valorizar tanto o conjunto da coleção, quanto o próprio prédio do século XVIII que a abriga. “Os acervos estão expostos quase em sua totalidade, de maneira simples, democrática, possibilitando que o visitante tenha uma visão geral do conjunto, tanto das obras, quanto do espaço onde elas estão. Foi criado um mobiliário mínimo e discreto, e realizada a abertura de passagens e de arcos anteriormente fechados, possibilitando uma visão panorâmica e geral das obras e do prédio. “Este é o espaço nobre do Solar Ferrão. Com esta nova montagem, foi valorizado o grande salão, as colunas retorcidas, dando destaque não apenas às obras da coleção, mas ao próprio patrimônio edificado”.

Expografia: É o registro de objetos que estão "em exposição". Este termo é utilizado no campo da Museologia, portanto "expográfico" é a condição que tem o espaço de ser a coisa "exposta".

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SOBRE O ACERVO

Representativas de várias épocas, escolas e materiais, as peças que compõem o acervo são a expressão do trabalho erudito e popular realizado por artesãos, entre os séculos XVII e XX, no Brasil, sobretudo no Nordeste. Retratam, ainda, a riqueza e a diversidade da arte sacra brasileira, demonstrando as varias tendências e o fortalecimento das identidades regionais.

santo 6Abelardo Rodrigues, advogado, dentista, paisagista, poeta e pintor pernambucano e colecionador, movido por uma forte paixão pela arte cristã, busca na expressão material da arte sacra a força da religiosidade, percorrendo o Brasil e o resto do mundo, especialmente o Nordeste, adquirindo peças em diversas localidades para modelar o seu universo.

Além de encontrar a beleza de formas manifestadas pela Igreja Católica, Abelardo se valeu da ênfase do aspecto devocional, do amor e da compaixão  visualmente estimulados pela diversas representações dos momentos da história cristã. Assim, na coleção do Museu abundam cruzes e crucificados, Virgens, mártires e Madonas, santos homens e santas mulheres recheados por uma doutrina religiosa; cabeças de imagens de roca ou de vestir com corpo de madeira tosca de estrutura aparente que um dia foram encharcadas de perfume, usando perucas de cabelos humanos e vestes reais, levados em procissões solenes e feéricas, em que não faltaram lágrimas e pecados confessos em alta voz.

Adquirida pelo Governo do Estado da Bahia no ano de 1975 – após longa disputa com o Governo do Estado de Pernambuco, conhecida na época como “Guerra Santa” – a coleção foi mantida na integra , como assim pretendia o seu colecionador

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Aos poucos, o colecionador de gosto apurado conseguiu formar um acervo cuja riqueza estava na diversidade das peças e imagens dos séculos XVII ao XX. Ele fez de sua casa o seu mundo, lugar de suas coleções. Com ajuda da família, promovia a conservação, a imunização, a catalogação e o registro das obras. Um trabalho conjunto para construir e preservar um patrimônio artístico a ser legado à posteridade.

Abelardo participou do movimento de renovação estética da década de 1930, ao lado de artistas como Portinari, Goeldi, Heitor dos Prazeres, Dacosta e Pacetti. Além de criar o Museu de Arte Popular de Pernambuco, ao lado do artista Aloísio Magalhães, participou da criação do Museu de Arte Popular de Caruaru, em 1961 e fundou e presidiu a Escolinha de Arte do Recife. Em 1971, ao liderar a Campanha Popular contra a demolição da Igreja do Bom Jesus dos Martírios, em Pernambuco, sofreu um enfarte, morrendo em dezembro do mesmo ano.

santo 9Uma de suas grandes preocupações era o destino de suas coleções. Abelardo temia que os objetos que adquiriu ao longo da vida se dispersassem, ou pior, fossem levados para fora do país. Com seu falecimento, o patrimônio adquirido pelo colecionador ficou a cargo de seus familiares, os quais respeitaram e atenderam seu anseio. Em 1975, a família Rodrigues vende ao Governo do Estado da Bahia o seu acervo. Em 1981, foi inaugurado em Salvador o Museu Abelardo Rodrigues, implantado no Solar Ferrão, Pelourinho, garantindo com isso a integridade da coleção e o acesso do público à mesma.

santo 12IMAGENS DA FÉ

De acurado espírito crítico, Abelardo conseguiu reunir em sua coleção peças representativas de várias épocas e escolas, produzidas nos mais diferentes materiais tais como: barro, madeira, marfim e pedra-sabão, permitindo uma análise da arte sacra e suas peculiaridades. A Corte Celestial, como foi batizada pelo próprio Abelardo Rodrigues, tornou-se fonte de estudos e pesquisas sobre estilos artísticos – especialmente o barroco – além de temas como estética religiosa, iconografia, e religiosidade popular nas artes plásticas.

No acervo, crucifixos, oratórios, maquinetas, imagens, pinturas e fragmentos de talha servem de registro do trabalho erudito e popular realizado por artesãos brasileiros, entre os séculos XVII e XX, especialmente no Nordeste. A diversidade da coleção remete ao multiculturalismo e a miscigenação ocorrida no Brasil, além de evidenciar a forte presença da religiosidade na formação do povo brasileiro. O olhar atento do colecionador prezava não só pelo precioso e o raro, na escolha dos objetos era levado em consideração o inusitado das propostas, as tendências regionais e o histórico das peças.

santo 13 As Imagens da Fé – Coleção Museu Abelardo Rodrigues, Centro Cultural Solar Ferrão – Bahia

Organização: Daniel Rangel / Expografia: André Vainer / Pesquisa da Coleção:GuilhermeFigueirêdo / Fotos: Rosilda Oliveira

arteemter@gmail.com

sábado, 22 de janeiro de 2011

Arte nos Mercados

Os mercados

mais incríveis

do mundo

 MERCADO CHINES

 

 

 

 

 

   Mercado de Antiguidade de Pequim vende "relíquias" falsificadas de todos os tipos

Mercado de Antiguidades

Panjiayuan Chaoyang.

Pequim (China)

Os mercados centrais de alguns países têm muito mais do que produtos típicos. Nestes lugares, os estoques estão repletos de história, tradição e curiosidades.

MERCADO Panjiayuan FOTO1São oferecidos móveis coloridos e altares budistas na feira na capital chinesa

O tradicional mercado de antiguidades Pan Jia Yuan virou uma referência para quem vai a Pequim atrás da fina arte de decoração dos chineses. É considerado o mais importante da cidade, pela venda de antiguidades típicas – eles garantem que são de dinastias passadas – mas na verdade a maioria não passa de falsificações. Mas anteriormente as primeiras vendas eram autênticas. Panjiayuan é também conhecido pelo apelido infame de ‘Mercado do Lixo’. O problema é que os objetos autênticos que fizeram fama do local já se foram faz tempo. Principalmente no galpão principal, onde os ambulantes espalham cacarecos e penduricalhos sobre toalhas.MERCADO PANJIAYUAN FOTO 3  Em barraquinhas na feira de antiguidades, o livro vermelho de Mao é vendido entre objetos budistas

Tudo começou na década de 80, no distrito de Chaoyang, quando familiares chineses que precisavam de dinheiro colocaram à venda as obras de arte que pertenciam à família. Isso acontecia num antigo mercado de pulgas, que abria aos fins de semana e se transformou no Panjiayuan.

Acesse:                  http://arteemterblog.blogspot.com/2010/05/mercado-das-pulgas.html

Por lá há tudo o que se pode imaginar – joias em pérolas e jade, bonés e mochilas do Exército de Libertação, pôsteres da Revolução Cultural, moedas e mapas antigos da região, tapetes, tecidos bordados, marionetes de couro, vasos e lanternas chinesas. Uma rica variedade de peças de porcelana, pedra, bronze, madeira, cobre, prata, seda e algodão também está disponível na forma de objetos para uso doméstico. Cartões de cigarro, roupas e baús, e isso não são nem a metade. Se estiver em busca de antiguidades, você encontrará penduricalhos, cerâmicas, estátuas e até armas antigas que foram coletados por todo o país.

MERCADO PANJIAYUAN  FOTO2  Até os cacos de cerâmica são vendidos na feira de Pan Jia Yuan, que concentra as antiguidades de Pequim

De qualquer forma, o governo chinês só permite que o estrangeiro saia do país com objetos posteriores a 1795. Portanto, não adianta tentar achar uma obra milenar. E melhor se concentrar em comprar nas lojas oficiais de produtos licenciados ou nas barraquinhas de piratas, Por enquanto, o que domina por lá são objetos de decoração, móveis e instrumentos - até caco de cerâmica é comercializado.

MERCADO PENJ 4  Estátuas de mulheres nuas são típicas do início do século 20, mas que podem ter sido fabricadas na semana passada

Dreamstime/Viajar pelo Mundo/Rodrigo Bertolotto arteemter@gmail.com

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Arte Tremembé

TREMEMBÉ 1

Na escola, Maria de Fátima Andrade de Sousa, a Navegante, como é conhecida, já dava sinais de que deixaria a sua marca na cultura Tremembé. Os cadernos não tinham nada escrito, apenas desenhos. “Eu prestava a atenção à aula, mas o sentido só vinha em desenho”, recorda.

Um desenhista de Fortaleza, teve contato com os rabiscos de Navegante e passou a utilizá-los. Até então, ela não tinha ideia da valor da sua pintura. Com a ajuda de Maria Rosa, outra artista da arte indígena Tremembé já falecida, Navegante descobriu que os desenhos podiam ser feitos a partir de uma tinta extraída da natureza: o toá. Inicialmente, usavam apenas a cor do barro. Maria Rosa tinha uma parede de sua casa pintada com a tinta. Então, começamos a encontrar no rio outras tonalidades, como a vermelha e a amarela”, explica. Com as duas cores, misturadas a outros elementos, cujos nomes são guardados sob segredo, foram surgindo outros tons. O processo de preparação não é muito simples, mas Navegante o faz com muito orgulho. Afinal, é a partir do material que brota a sua arte. Com tudo pronto, é só dar início à pintura. Navegante já está repassando esse conhecimento para crianças e jovens na escola indígena da aldeia onde mora.

A artista, tanto pinta em peças de cerâmica quanto em telas. Também colore paredes. Um dos seus trabalhos e a fachada do Centro de Arte e Cultura, na Varjota. Os desenhos retratam a fauna e a flora exuberantes na sua comunidade indígena. Os traços são simples, na maioria das vezes, ingênuos.

TREMEMBÉ 2 Em cerâmica e telas, as pinturas de Navegante estão expostas na Loja de Artes Indígenas Toré-Torém, na Ceart, em Fortaleza

Nada é riscado previamente. As criações vêm do seu imaginário, sempre liberto para rabiscar.

“Meu sonho é meu trabalho, a minha cultura”                    Navegantes

tremembeAo lado de Maria Rosa, Navegante já pintou um painel no Museu do Ceará, em Fortaleza, exposto na sala dedicada aos povos indígenas

Tremembés

Os tremembés são um grupo étnico indígena que habita os limites do município brasileiro de Itarema, no litoral do estado do Ceará.

Originalmente nômades que viviam num território que estendia-se nas praias entre Fortaleza e São Luís do Maranhão. Foram aldeados pelos Jesuítas no século XVII

Arte e Cultura

Os tremembés conseguiram guardar um pouco da sua arte e cultura. Eles ainda dançam o toré (uma dança ritual) e ainda produzem o mocororó (suco de caju fermentado). Costumam pintar as paredes das suas habitações e cerâmicas com motivos simbólicos do seu habitat, como: o caju, a rolinha, peixes, caranguejos e outros. As mulheres tremembés confeccionam biojóias como colares, pulseiras etc. com conchas, búzios e sementes

TREMEMBÉ 3  A Tremembé Maria Rosa

Quando vou fazer já sei no sentido se é peixe, flor, coqueiro. Muitos, eu penso. Só pinto quando tenho vontade”.

Maria Ferreira dos Santos, a Tremembé Maria Rosa, já falecida, amiga de Navegantes, explicando que via pinturas nas paredes do pessoal antigo, achava bonito e resolveu fazer também. Maria Rosa misturava, nessa arte ancestral, árvores e bichos, numa inscrição ritual que religa sua etnia ao sagrado. ”Como grande parte dos artistas da tradição, ela descarta a ideia de mestres”. Rosa era assim mesmo. Simples por natureza, conseguia escrever, por meio da arte, todos os seus sentimentos. Trabalhou na roça, enveredou pelos trançados de palha, e deixou, muitas da sua obra.

TREMEMBÉ 6 TREMEMBÉ 5 

TREMEMBÉ 4       Nas criações, Navegante remete à sua origem indígena, os Tremembé de Itarema, no Litoral Oeste do Ceará

DN / Eva / Germana Cabral e Cristina Pioner / Fotos:Marília Camelo e Patríci Araujo                                                             arteemter@gmail.com

domingo, 16 de janeiro de 2011

Cerâmica do Ceará

 

A renda no barro

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A louça de

Cascavel

Famosa pela produção de cerâmica, Cascavel, no Litoral Leste do Ceará, realiza aos sábados sua feira semanal. Nela, podem ser encontradas as mais variadas peças, como potes, quartinhas e panelas produzidas com barro avermelhado, característico da região. Essa é apenas uma amostra das criações da família Muniz. No Sítio Boa Fé, distrito da Moita Redonda, vale a pena conferir a matriarca Raimunda Silva de Sousa Muniz, sentada no chão da varanda, fazendo o acabamento em meio a peças prontas empilhadas num canto. Habilidosa, Raimunda amassa o barro e molda as peças. No trabalho dos Muniz, o diferencial é a aplicação com desenhos de renda.

Renda no barro 2

Processo

Acompanhar o processo de produção de uma peça feita toda à mão é algo indescritível. A artesã explica etapa por etapa. Primeiro quebra o barro, coloca no tanque com água, depois amassa com os pés, molda, seca um pouco no sol, tira os excessos, alisa com esponja molhada ou sabugo, seca alisa novamente - dessa vez com uma semente - e, então, é queimada no forno. Após quatro ou 5 horas, a peça está pronta. Com exceção da queima, realizada apenas uma vez por semana, o ritual acontece diariamente, de segunda a sexta-feira. A vantagem diz ela, é ter a ajuda de quatro das cinco filhas mulheres, além dos genros e de alguns sobrinhos. Há cerca de três anos, o marido, Francisco Muniz, teve a ideia de incrustar o desenho da renda na cerâmica. Ainda hoje é considerada a fórmula do sucesso, guardada a sete chaves. Disponíveis, as peças são também vendidas para países como Itália e Portugal.

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Estilo e criatividade na Moita Redonda

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Renda no barro 1Todas começaram a fazer as primeiras peças ainda crianças. Lúcia de Fátima, Antonia Lúcia, a Luciana, Liduína e Lucinete, vivem basicamente da produção de cerâmica. Cada uma tem o seu estilo, identificando-se com a mãe ou pai. E, todas juntas, constroem a história da família Muniz, referência em Cascavel na arte de fazer cerâmica.

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Rústico

Segundo a artesã, que trabalha com barro desde os sete anos, é o marido quem pensa mais nas inovações. Reconhece que a partir da renda tudo começou a melhorar diz satisfeita. A rusticidade do trabalho é primorosa. Todas as peças são moldadas à mão. Em nenhum momento são utilizados tornos. É pela habilidade que surgem as quartinhas, panelas e jarros, modelos preferidos.

Renda no barro 5 “Se beber água direto da fonte é mais gostoso, o mesmo acontece com o artesanato”.

Raimundinha

DN / Eva / Germana Cabral e Cristina Pioner / Fotos:Marília Camelo e Patríci Araujo                                                             arteemter@gmail.com

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Artesanato em alta

Artesanal sem preconceito.      O artesanato e o alto design nunca estiveram tão juntos. As peças de tricô, de madeira esculpida, de cerâmica, customizadas, trançadas ou étnicas ocupam lugares de destaque na decoração. De caráter único, elas amenizam as linhas retas do mobiliário em qualquer ambiente.

Inspirado na cultura africana no Brasil, o designer Rodrigo Almeida escolheu as cores das cordas, feitas de garrafas pet recicladas, entrelaçadas na cadeira África. A base é do mesmo material.

Livres de preconceitos e com ousadia, os designers e arquitetos estão cada vez mais absorvendo os trabalhos feitos à mão em seus projetos. Assim, o artesanato convive com peças de alto design nas decorações atuais – isso quando não é parte integrante da peça. As cores e as texturas dos objetos artesanais étnicos, de cerâmica, madeira, tricô e customizados quebram a rigidez das linhas secas dos móveis e acrescentam calor e aconchego. Para destacá-los na decoração, os arquitetos criam estantes laqueadas de branco. “A principal exigência é a acomodação das peças de design e artesanato muitos colecionam e trazem de viagens”. Veja como tirar partido de trabalhos manuais e saiba por que o mundo do design se rendeu a eles.

Cerâmica

Sutilezas como asas, furinhos e pássaros aplicados em vasos, xícaras e outras peças de cerâmica feitas à mão sempre dão toque de humor e leveza aos ambientes. Esse tipo de intervenção há muito tempo é vista no artesanato nordestino e nos últimos anos tem aparecido também no design de delicadas porcelanas.

image                      A arte primitiva emociona na peça de cerâmica feita por dona Irinéia,
chamada Bicho na Cabeça, na Galeria Arte Brasileira.
O vaso de porcelana Aleatório, é do Estúdio Manus.
Ao fundo, vaso da ceramista Paula Almeida

Madeira

Árvores derrubadas por tempestades e encontradas jogadas na praia ou no meio da floresta dão origem a peças de madeira – sejam da arte popular mais primitiva ou do design sofisticado. “Sempre tiveram os apaixonados pelo artesanato que nunca deixaram de colocá-lo na decoração de suas casas, principalmente os europeus”, diz Cláudia Gomes, dona da Galeria Arte Brasileira. “Agora, os arquitetos vêm se interessando e vendo que há peças maravilhosas feitas à mão. São delicadas esculturas que atraem até por serem meio ingênuas

image                     De madeira descartada, os ovos de bogolô com frases do folclore,  são criações do artesão Fernando Rodrigues dos Santos  (já morto), da Ilha do Ferro, em Alagoas. A sereia   de madeira entalhada é do artesão Sérgio de Pernambuco.                                             

image                      “O maior defeito do mundo é ser feio, pobre e sem dinheiro e sem mulher. Joga-se na cachaça e o tira gosto é coro (sic) de jacaré. ”O texto do folclore nordestino ilustra o banco de madeira descartada pela natureza, também feito por Fernando Rodrigues dos Santos. Sai por R$ 3 mil, na Galeria Arte Brasileira

Étnico e trançado

A preocupação com a sustentabilidade levou à busca de materiais alternativos e à valorização de técnicas do trabalho artesanal, principalmente as tramas africanas e indígenas, “Os italianos começaram a fazer produtos vinculando o alto design com a arte popular, há dez anos, e somente agora o mercado está absorvendo. Mas só o artesanato de qualidade enobrece a peça de design”.

Marilena Degelo, Nuria Uliana, Juliana Fanchini e Kátia Elena Rosa / Fotos Marcelo Magnani                                                 arteemter@gmail.com