terça-feira, 27 de julho de 2010

Edineusa Bezerril


Percepções do mundo exterior
transformadas em arte abstrata

                            
                           

"Ao longo dos anos de trabalho como artista plástica, a tela e o papel têm sido os meus suportes onde estudo, pesquiso e exercito meu ofício com os materiais dos mais diversos na técnica mista sobre essas bases”
                                                           Edineusa Bezerril

                            
                                                                                   
"Foi a partir dessa constatação, que vim buscando novas técnicas e conceitos pela experiência, estudo, pesquisa e exercício, que me guiassem concretamente a uma estética às minhas necessidades contemporâneas". 
                                                            Edineusa Bezerril
                                                 
                                           
                                                 
O poeta e crítico de arte Ferreira Gullar escreveu, sobre o trabalho da artista: “Os quadros pintados por Edineusa Bezerril vêm reafirmar o fato de que quando há pintor (ou pintora) há pintura.
                             

                       
A artista plástica pernambucana Edineusa Bezerril, descreve que suas telas são “percepções do mundo exterior transformadas em arte abstrata”. E acrescenta: “Conceituo meu trabalho nas artes plásticas um produto das referências do mundo exterior que transporto para os suportes da tela, papel, madeira e cerâmica, são formas que devem ser libertadas de tudo que é real para ser apenas imaginária”. À artista constrói seus quadros valendo-se de uma conjugação mágica de cores e linhas, dos volumes e luz, de nuances e de súbitos contrastes.
                       
                       

                                  
                                                   

                                                  

                                                           
                                                             
pjf.mg.gov / arteemter@gmail.com

sábado, 24 de julho de 2010

Maria do Socorro Santos

A dimensão maior de um projeto de vida

“Não devemos abrir mão daquilo que mais gostamos de fazer, seja o que for. Ao passar pelos sonhos mais difíceis, não devemos desistir de nada. Pois acredito muito no que cada um de nós escolheu para fazer e ter prazer, sem que nada nos impeça, não importa a idade. Não sei se posso chamar de terapia, mas uma coisa eu garanto: fazer um trabalho que a gente gosta é como se estivesse realizando cada minuto dos seus momentos mais felizes. Pois é assim que me sinto em cada uma das pinturas que faço.”                                        Maria do Socorro Santos
                                                
Maria do Socorro foi uma pintora e militante do movimento da luta antimanicomial. Em sua existência, viveu praticamente todas as formas de opressão, exclusão e discriminação: a de ter sido mulher, negra, migrada, pobre, de baixa escolaridade, sem família e sobretudo, paciente psiquiátrica. No processo recuperação, percebeu e desenvolveu suas aptidões pessoais, dentre as quais a de imensa solidariedade e formas de apoio mútuo para seus companheiros, os usuários de serviços, em suas dificuldades do dia a dia, e principalmente - a grande paixão de sua vida -, a pintura. A partir do final dos anos 90, da função expressiva e terapêutica, que Socorro vinha exercitando nas oficinas dos CAPS, a arte foi ganhando uma dimensão maior, de um projeto de vida, com aspirações profissionais.


                                           

Pintar passou a ser uma atividade diária, e Socorro foi desenvolvendo estilos muito pessoais. De forma natural, sem nunca ter visto os clássicos da pintura moderna, Socorro desenvolveu linguagens próprias que têm muitas semelhanças com Chagall, Guignard, Appel, Macke, Mikhail Larionov, entre outros. Suas pinturas são extraordinárias, causam um enorme impacto, e têm um alto valor estético. Socorro chegou a ter em vida algum reconhecimento, tendo trabalhos expostos em várias exibições, algumas de caráter nacional, além de ter disponibilizado seus trabalhos para capas de algumas publicações do campo da saúde mental.


O Projeto Maria do Socorro Santos

Com esta iniciativa, os, amigos de Maria do Socorro, querem continuar o seu projeto de vida: conservar e divulgar a sua obra, estimular a arte no campo da saúde mental em suas funções expressivas e terapêuticas, mas também como um projeto de vida e profissão possível para os usuários que desenvolverem suas habilidades neste campo, estimular a autonomia e o empoderamento dos usuários no campo da saúde menta, participar da luta antimanicomial.






Ibf.org / rubedo.psc.br / arteemter@gmail.com                                                                                                                                                       

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Manoel da Marinheira

Troncos brutos, animais e bancos bicéfalos

A cidade de Boca da Mata em alagoas iniciou uma tradição a partir do trabalho de Manoel da Marinheira, artista que esculpe em troncos brutos animais reais e imaginários: leões, tigres, leopardos, girafas, búfalos, camelos, rinocerontes, focas. Uma de suas criações mais características são os impressionantes bancos bicéfalos. Manoel foi “descoberto” pelo empresário Jorge Tenório, que começou a colecionar suas obras no final dos anos 60. Filhos e genros aderiram à sua arte, mantendo o mesmo estilo do velho mestre, dando vida a uma significativa oficina de entalhadores no município. 
                            
                          
                                

                                                             
                                  
Galeria Pontes / arteemter@gmail.com

terça-feira, 13 de julho de 2010

Ouro da Colômbia

Exposição Ouros de Eldorado: Arte Pré-Hispânica da Colômbia

eudorado 2Gente Dourada                                                                      Gente Dourada lembra a origem do termo El Dorado, atribuído primeiramente pelos conquistadores espanhóis ao personagem central de um ritual em que o chefe indígena, coberto por ouro em pó, lançava objetos preciosos ao fundo de uma lagoa, como oferenda às divindades.

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A Pinacoteca do Estado de São Paulo apresenta a exposição Ouros de Eldorado: Arte Pré-Hispânica da Colômbia são 250 artefatos de ouro e 40 objetos arqueológicos de cerâmica e outros materiais que evidenciam a diversidade e as técnicas metalúrgicas criadas pelos antigos habitantes indígenas da região que hoje corresponde à Colômbia. Todas as obras integram o acervo do Museo del Oro del Banco de la Republica – Colômbia, a mais importante coleção do gênero no mundo.

eldorado 1Segundo Marcia Acuri, assessora cientifica da mostra, o ineditismo da exposição se dá por ela referenciar a diversidade étnica e cultural dos povos que ocuparam a antiga região da Colômbia e a importante relação estabelecida entre eles e tantos outros grupos indígenas das terras baixas da América do Sul, sobretudo as interações entre povos que ocuparam preteritamente a Amazônia Ocidental.

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eldorado 9O Museo del Oro tem cerca de 52 mil objetos pré-colombianos, pelo menos 33,8 mil de ourivesaria, 13 mil de cerâmica e 5,2 mil de madeira, pedra ou tecido que datam de até quase 2,5 mil anos. Inaugurado em 1939, o primeiro artefato da coleção foi um recipiente em ouro utilizado para guardar cal e também em rituais nos quais a cal era misturada à folha de coca para mascar.

Animais Fantásticos                                                                     A variada fauna da Colômbia, país de grande diversidade de climas e ambientes naturais, oferecia ao ourives pré-hispânico uma fonte inesgotável de inspiração. Serpentes, rãs, morcegos, aves, veados, jaguares, lagartos, caracóis de incontáveis espécies, formam parte dafauna dourada.

Na Colômbia, a arte de trabalhar os metais esteve favorecida pela riqueza aurífera de seus rios e cordilheiras. Ouro, cobre e prata foram os metais usados na época pré-hispânica

eudorado 6 Martelamento                                                                                 Os ourives materializaram sua destreza e seu conhecimento sobre as características físicas e químicas dos metais na grande diversidade de técnicas de manufatura usadas. Uma delas foi o martelamento. Para obter lâminas os ourives golpeavam tijolos sobre lajas ou bigornas de pedra.

Fundição por cera perdida                                                Utilizando moldes feitos de cera, os ourives criaram uma grande variedade de objetos: representações realistas ou abstratas, finos tecidos metálicos ou pesados adornos, objetos com volume, simples ou cheios de detalhes. eudorado 7O homem animal                                                                         São freqüentes, na ourivesaria pré-hispânica, as figuras que combinam traços humanos com traços de animais. Há homens-jaguar, homens com cauda de macaco, homens-peixe, e sobretudo, homens-ave, nos quais as pernas humanas se convertem em cauda, e os braços em asas.

Dourado  por oxidação                                                                A cor foi uma das propriedades mais apreciadas entre as  sociedades antigas e exerceu um papel primordial no desenvolvimento de suas tecnologias. Para controlar as cores, os ourives usaram diversas ligas e sofisticados processos de acabamento que aportavam novas tonalidades e contrates nas superfícies. A tumbaga, uma junção de ouro com cobre, foi a liga mais usada entre os ourives préhispânicos

eldorado 22 Divulgação /Pinacoteca do Estado de São Paulo / Carla Regina  arteemter@gmail.com

segunda-feira, 12 de julho de 2010

O BARRO E A RENDA

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Caroline Harari é paulista, formada em História pela Universidade de São Paulo e especializada em arqueologia e restauração patrimonial.  Começou a fazer cerâmica no ateliê de Laís Granato, onde se profissionalizou. Ao iniciar o convívio com a técnica, Caroline viu-se impressionada com a fugacidade não apenas da cerâmica, mas de tudo o que a sociedade atual produz. Por isso, de início, o que a movia era a busca da forma perene, da estrutura de peças que ficassem e passassem de uma geração para outra, que servissem de testemunho de um trabalho com uma certa permanência no tempo. Foi dessa forma que partiu para a utilização. de argilas mais refinadas, e na dedicaçao mais comprometida possivel, na busca de resultados de qualidade.

hariri 3Potes cumbucas     hariri 4                    

É ai que esta a diferença do seu trabalho, na espessura, no adelgar máximo de uma peça. Na argila ela produz e imprime o trabalho das rendeiras. A artista trabalha com potes, moringas e gamelas, aplicando uma técnica própria em que imprime a textura de rendas e bordados na argila, criando efeitos espetaculares.

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hariri 7 Pote Una – Impressão sobre argila, relevo em labirinto. Cabaça relevo em renda irlandesa

harri 8                                                Moringa - Impressão sobre argila, relevo em renda de bilro

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Cântaros, bilhas, moringas, potes, pratos, cumbucas. Utensílios imemoriais, associados ao trabalho da sobrevivência cotidiana, o beber, o comer, o cozinhar. Ciosa de seu ofício, desde o início ela procurou inventariar e compreender seus materiais, suas técnicas, suas formas, apenas para descobrir, no Brasil, tradições que se repetem, dos diferentes povos africanos às civilizações pré-colombianas da América que estão em nossas raízes.
Este foi o começo. E logo descobriria também que, entre aqueles povos, tal como entre os artesãos populares que herdaram suas tradições, a precariedade das condições de vida aos poucos faria reduzir o conhecimento dos materiais e das técnicas, resultando em quebras de queima e perda de qualidade no acabamento das peças.

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Fotos Anibal Gondim

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Eis porque Caroline Harari se dedicou a pesquisar exaustivamente a produção cerâmica, da qualidade do barro aos processos de queima, para alcançar enfim a inacreditável leveza de suas peças feitas em fornos de alta temperatura, da mais moderna e sofisticada tecnologia.
Foi nessas peças que, aos poucos, ela passou a introduzir também outro elemento de raiz em nossa cultura, as rendas e os bordados. Daí resultaram essas criações originalíssimas, onde às vezes o próprio barro se converte em renda ou o bordado nele recria delicadas incisões e relevos de um barrado que ali fosse gravado de modo aleatório.

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Acesse:Miscelânea. Artesanatos no original ao modo das feiras   http://arteemterblog.blogspot.com/2010/01/artesanato-do-ceara.html

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foto 17 hariri Fotos Anibal Gondim

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foto26 haririFotos Anibal Gondim 

foto 24 hariri

foto 27 hariri“Um dia peguei uma das rendas e imprimi  na  argila. Deu certo e encontrei meu caminho”. 

Caroline Harari

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A Casa / Zona D / Fotos Anibal Gondim 

arteemter@gmail.com