A fibra da
bananeira
do Maciço
O interesse de Maria Josimar Ferreira da Silva, como a fibra da bananeira foi grande. Inicialmente, utilizava a matéria- prima apenas como trançados para bolsas, jogos americanos, caixas de presente e sandálias. Agora a trama dá lugar a outro produto: o papel proveniente da fibra, a mais nova paixão de Rosa, A partir desse papel, as possibilidades foram se ampliando, tanto na textura como na cartela de cores. Com o seu grupo, o Baturiarte, Rosa desenvolve luminárias, caixas revestidas, pastas e até convites de casamento. Para quem vê uma peça produzida com a fibra da bananeira pensa que o processo é simples, mas tanto o trançado como o papel, é preciso dominar as técnicas. Por exemplo, do tronco da bananeira são extraídos subprodutos: filé, contrafilé, renda. Só quem conhece sabe como aproveitar a matéria-prima total.
Com uma faca afiada, Rosa mostra sua habilidade na extração das fibras de um tronco que pesa, em média, 40 a 50 quilos, tirando a casca por casca, uma por uma. Entretanto, nesse caso, cada camada tem a sua utilidade.
Rosa, artesã de Baturité, quer sempre mais. Seu sonho é descobrir uma técnica para utilizar a folha da bananeira verde.“Estou quase conseguindo. Já testamos, mas ainda não sei como fazer.Tenho esperanças”
Do filé é possível bordar e fazer crochê. O contrafilé é mais utilizado na urdidura (Conjunto de fios transversais à largura do tear) e, a renda, na mistura da trama, pois sua textura garante efeito especial. São estas variações que encantam Rosa, cuja especialidade são os arranjos florais com a fibra da bananeira.. Além disso, gosta de todas as etapas da produção do papel da bananeira, que tanto pode ser da folha seca ou do caule. O processo é praticamente o mesmo, porém o resultado é bem diferente.
O BATURIARTE, criado em 2004, reúne artesãs que utilizam a folha e o caule da bananeira para desenvolver peças utilitárias e de uso pessoal. Aproveitando a fartura da matéria- prima em Baturité, cerca de oito mulheres se dedicam, com muita perseverança, à criação de trabalhos diferenciados. Numa pequena sala, localizada na antiga Estação Ferroviária, elas se encontram toda semana, mas boa parte do artesanato é feito em suas casas. Segundo a presidente do Baturiarte, Nanci de Freitas, como apoio e o incentivo do Sebrae já está sendo discutida uma parceria coma Prefeitura para melhorar as condições de trabalho das artesãs.
O Grupo Baturiarte se reúne num dos galpões da antiga Estação Ferroviária de Baturité. O prédio, inaugurado em 1882, ainda no governo imperial de D.Pedro II, foi tombado pelo Iphan
Luminárias com papel oriundo da fibra da bananeira é resultado de um processo desenvolvido por artesãs de Baturi
DN/Eva/ Textos: Germana Cabral e Cristina Pioner/Fotos: Marília Camelo e Patrícia Araújo arteemter@gmail.com
Vejo com alegria que a fibra de bananeira está a cada dia conquistando seu espaço no artesanato brasileiro... ainda existe uma resistência dos brasileiros em relação aos trabalhos artesanais; mas,sinto que aos poucos esta resistência está ficando para trás...e agora vou te desejar Boa sorte e Parabéns!!!!
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