A gente
vive dele.
Não dá para parar.
É a tradição da família .
As irmãs Marilene, Francileuda e Sandra. Vivem no Assentamento Cachoeira do Fogo, em Independência, no Sertão dos Inhamuns, Ceará. Moram vizinhas, trabalham na roça, cuidam da casa e se dedicam, ainda, como artesãs de cerâmica. Cada uma possui estilo próprio. A técnica foi repassada pela mãe. As artesãs fizeram cursos pelo Sebrae-CE e pela Ceart. A maior parte da produção vai para as feiras de cidades próximas, como Crateús. As irmãs expõem em eventos de agricultura familiar.
Na casa as peças se espalham por vários locais, seja decorando a parede, como utensílio ou em fase de finalização. No alpendre, elas estocam o barro. Na área de trás, trabalham no torno, feito de madeira e ferro. Passam horas alisando suas criações refletidas no cotidiano rural. Além das panelas e quartinhas, esculpem galinhas caipira, porcos, patos e flores. Quando recebem encomendas, levantam de madrugada para o preparo do barro. O trabalho com o barro deixa as irmãs realizada e felizes. Por conta dessa dedicação, chegam, às vezes, a ser repreendidas pelo maridos. E, segundo elas, com muita razão. “Quando estou criando, esqueço o resto”. Na casa de Sandra Alves, a mais velha das três, a varanda está repleta de potes e quartinhas. Chama atenção a boneca amarela, apenas de busto. Sandra, dentre todas as atividades que executa, tem compromisso maior com o barro, de domingo a sexta-feira, “Desenvolvem as peças“. A gente vive dele. Não dá para parar. É a tradição da família
No Assentamento Cachoeira de Fogo: durante o período de chuvas são agricultoras. Na estiagem, artesãs de louças utilitárias e decorativas
DN/Eva/Germana Cabral e Cristina Pioner/ Fotos Marília Camelo e Patrícia Araujo. arteemter@gmail.com
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