quinta-feira, 25 de março de 2010

Mestre Eudócio

Sinônimo imediato da cerâmica popular nordestina



Manuel Eudócio Rodrigues, Mestre Eudócio, nasceu em Pernambuco, na comunidade de Alto do Moura. A influência de Vitalino no trabalho de Eudócio é marcante. O artista criou dezenas de tipos que são hoje marca registrada de seu consagrado trabalho, tais como Lampião e Maria Bonita, Noivos a Cavalo, Vaca na Ordenha, Casamentos, Velha indo para a Missa e tantos outros. As peças são queimadas em forno a lenha, baixa temperatura, sem o uso de esmalte



Numa segunda etapa são pintadas em geral com cores fortes e brilhantes. O artesão continua em plena atividade retratando figuras e costumes do cotidiano do sertanejo. Teve contato com o barro desde pequeno e já modelava cavalos, bois e vacas que serviam de brinquedo. Criado pela avó soube desenvolver um estilo próprio, caracterizado pela presença de elementos do folclore pernambucano, criando mais de 50 mil peças.
                                                                                                

HOMEM DE BARRO

O ceramista Manuel Eudócio é um criador de modelos originais. Cronista de seu tempo deu forma ou barro de cenas e personagens da vida nordestina que, hoje raras, estão mais presentes no imaginário coletivo do que na própria realidade. Foi ele quem concebeu as figuras do cavalo-marinho e do boi-bumbá, personagens do reisado, um dos mais complexos folguedos do Nordeste, muito popular quando o artista era menino em Caruaru, no agreste pernambucano. As peças tornaram-se clássicas. Sinônimo imediato da cerâmica popular nordestina. Jamais imaginou que teria peças em qualquer museu. “A gente nunca pensou que aquilo tivesse qualquer valor um dia”. Fazíamos uns boizinhos e uns cavalinhos para vender como brinquedo na feira. Quando quebrava, os meninos compravam mais, diz. Custava qualquer vintém. Registrou migrantes em caminhões pau-de-arara, reconhecido pela coerência estética. Nunca fez concessões a peças de menor acabamento e maior fluxo comercial. Um traço, porém, mudou em sua arte. As esculturas estão cada vez maiores. Sempre gostou de peças de até um metro de altura, mas não voltará a elaborar objetos diminutos, que caibam numa caixa de fósforos, como fez há décadas.




 


Revistaraiz/Galeria Pontes

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