No seu conceito mais amplo, arte é o domínio da matéria para a expressão de uma idéia, e a obra de arte supõe a criação de sensações ou estados de espírito. Mais do que isto, sugere em quem a vê o desejo de preservá-la, de renová-la e manter viva sua realização. Cabe ao artista manifestar-se por meio de um padrão estético que revele sua vivência individual, coletiva e sobretudo, sua vivência íntima e profunda, criando mecanismos de comunicação com seu público. Para isso, o artista utiliza a matéria-prima que está ao alcance de suas mãos e com o que consegue interagir e conviver de forma integral.
Assim, o barro está presente em diversos tipos de atividade. Ora trabalhado com tornos, outras vezes de forma ainda mais rústica, tendo apenas as mão e a imaginação como instrumentos de moldagem. Para secar, queimar e assar o barro, fornos com varias formas, modelos e maneiras de usar, mas sempre água, vento, fogo e barro: a poética mistura do homem com seus elementos primários. Há 20 anos, em Apiaí, transportava-se o barro em balaios levados aos pares por burros de carga. Mais tarde, por pequenos tratores que puxavam quantidades maiores. Apiaí é um dos dezenove municípios que compõe o Vale do Ribeira, e sua cerâmica original, ainda que pouco conhecida no Brasil, representa uma das atividades artesanais mais genuínas do país. São muitas as famílias que, dividindo o trabalho entre as pessoas que as compõem, trabalham a cerâmica com o processo de elaboração das peças. A base das cerâmicas de Apiaí é utilitária, composta de vasos, jarras, gamelas, potes para víveres, cuscuzeiros, bilhas. Porém há uma produção de figuras especiais e uma variedade de motivos de diferentes portes e acabamentos, que retratam animais domésticos. A produção da cerâmica de Apiaí é um parâmetro interessante do que se produz no interior de São Paulo, podendo ser colocada lado a lado com o que de melhor se produz no Brasil.
Informações arteemter@gmail.com
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