Oratórios Populares Domésticos
Os oratórios domésticos, acolhiam, além do santo de nossa devoção e dos outros, tudo aquilo que se relacionasse a nossa fé e promessas do cotidiano, ocupavam espaços privilegiados dentro das residências dos fiéis e passavam de pai para filho e netos como bem famíliar. Eram colocados nas salas, salões e corredores sobre mesas muito bem cuidadas para as orações particulares ou coletivas de toda a família e vizinhos, eram quase sempre utilizados em orações importantes, como novenas e preces coletivas e usadas mais intimamente nos quartos e alcovas.
Raro oratório lapinha mineiro, atribuído ao século XIX
Apresentavam uma grande variedade de formas, tamanhos e decorações, conforme o gosto e condições financeira do fiel. Muitos eram policromados ou dourados e imitavam o usual nas igrejas barrocas. Já outros eram extremamente simples: pequenos armários, toscos e pouco decorados, mas que guardavam o mesmo sentido de invólucro para o santo de devoção. Havia também uma enorme diversidade de santos protetores nesses diminutos espaços de oração.
Oratório em madeira no estilo neo-gótico francês atribuído a segunda metade do século XIX
Antigo e raro oratório de pendurar, estilo barroco
Oratórios de Salão e Alcova
Os oratórios ganhavam feições decorativas de acordo com poder aquisitivo do fiel. O mais importante não era o luxo, mas o invólucro onde o santo protetor era guardado. Os modelos podiam ser simples, com pequenos armários de entalhes pouco rebuscados ou apenas escavados num toco de madeira. Outros demonstravam algumas referências icônicas ou simbólicas e detalhes mais místicos do que decorativos. Qualquer espaço, contudo, por mais artesanal que seja, compunha o invólucro para a divindade.
Peça da 2ª metade do século XIX que simula pequeno templo.
Oratório Erudito de Salão Oratório mineiro datável do século XVIII em estilo D. José
Nos salões de classes mais abastadas buscava-se ornamentar os oratórios de maneira mais elaborada. Ainda que de caráter popular, a decoração era esmerada e mantinha certos padrões formais na iconografia, nos motivos e na policromia, por exemplo. Eram baseados em oratórios eruditos, que criativamente eram reformulados. Em geral, mantinham o formato de um pequeno armário com as portas externamente entalhadas e compondo almofadas policromadas. Internamente, apresentavam vasos de flores ou referências iconográficas ao santo de devoção em pinturas ingênuas. Os motivos barrocos ou rococós apareciam em detalhes como volutas, concheados, rendilhados ou cortinas
Oratório de Salão Peça mineira da Região norte do Estado datável do século XIX. Apresenta-se simplificada com policromia ingênua denotando arte popular.
Oratório mineiro datado da 2ª metade do século XVIII. Segue o modelo dos armários da época com presença de cimalha, base em pés simulando mesa e gaveta.
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