Individual Mestre Manuel Graciano, um dos mais prestigiados escultores do Ceará, reconhecido como uma das maiores expressões artísticas de Juazeiro do Norte na região do Cariri.
“Tem dois nomes, né? Chama arte popular e chama artesanato também. Mas que certeza é arte popular. Dá pra entender bem duas naturezas. Mas agora sei que tudo que é feito de bom é arte”.
Manuel Graciano
“Faz pena cortar um pedaço de pau que dá uma peça grande. Peça pequena dá muito trabalho pra gente fazer, mais do que uma grande. Antes fazer um bocado de peça grande do que uma pequena. A gente faz porque quem trabalha com essas coisas não pode negar, tem que fazer o que o povo manda, o que o povo quer. Por mim, fazia tudo grande, não fazia peça pequena nunca, mas o povo quer de todo tipo e a gente tem que cumprir a ordem do povo!”
Manuel Graciano
“Tudo no mundo que tem de arte aqui foi o padre Cícero que incentivou a pessoa pra fazer. Tudo isso foi ele que incentivou todo mundo tem arte, quis trabalhar, ele que mandava, “continue, não pare, use e será honesto, se você só tem aquilo, use aquilo, você vai ser mestre um dia…”. Tudo isso ele dizia pra ensinar às pessoas. Se você desistir de um trabalho que você começa, você não quer ele depois pode ser pior pra você, você pode não achar outro que dê igual ao que você começou. E o primeiro é o certo.”
Manuel Graciano Cobras e Lagartos do Mestre dos Mestres Manuel Graciano
“Reisado, banda cabaçal, tá na gente, tá dentro da gente mesmo. O povo pede, aí eu vou fazer o que ele pediu, mas se ele disser eu quero uma encomenda sem dizer o que é, eu vou fazer e ainda sai melhor do que ele pedindo”.
Manuel Graciano
“Você não sabe o que tem dentro dessas madeiras, porque dentro da madeira tem toda a natureza”.
Manuel Graciano
“Meu nome é Manuel Graciano Cardoso, nasci em Santana do Cariri, em 18 de julho de 1926. Eu vim pra cá (Juazeiro do Norte), tinha sete a oito anos. De pequeno eu trabalhava na roça, plantando feijão – mais meu pai e minha mãe, meus irmãos, lá no Baixío, na Santa Rosa, onde eu me criei”.
Manuel Graciano
“Viemos no tempo da seca mesmo, de 32, a seca era muito braba e nós viemos. Eu menino eu era sabido, gostava de falar, sem precisão não, mas quando precisava, eu falava. Na rua era tudo de palha, casa de palha, coberta com palha e enrolada com palha também nas paredes, se pegasse fogo ali acho que o mundo se acabava todo.”
Manuel Graciano
“Figura a gente mesmo que mexe, não costumo olhar fazendo uma não. Eu pego uma tábua e boto ela aqui na perna e aqui eu pínico todinha, sem olhar revista nem nada. Vem da cabeça mesmo. Eu não quero não, aquilo perto d’eu não, quero tirar é aqui da minha cabeça, é que tem que sofrer aqui dentro.”
“Filho de pobre começa a trabalhar antes de nascer os dentes. Quando tava com 10 anos, tava trabalhando em todo trabalho, puxando lenha, puxando água, às vezes varrendo casa também. (…) De trinta anos pra cá, sempre trabalhei com escultura em madeira, prá trás eu trabalhava também, mas quando tava na roça fazendo aquelas brincadeiras pra menino, era de brincadeira mesmo.”
Manuel Graciano
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