Brasil em caixas
Caixas artesanais garimpados pelo País, montados com temáticas, que contam histórias sobre o Brasil e sua cultura popular
Palhoça do Rosa, com música e texto de Guimarães Rosa
Vera Souto
Publicitária de formação, já trabalhou com moda, criou estilo, cor, estampa, proroduziu e organizou eventos. Viajou por várias partes do mundo e do Brasil, sempre procurando fincar raízes. E foi durante as muitas viagens que fez ao rico cenário brasileiro, de Norte a Sul, que a paulistana Vera Souto encontrou inspiração para criar suas obras feitas de caixas de madeira compostas com elementos artesanais tipicamente brasileiros. São bonecas e bichos feitos de barro por artesãos no Vale do Jequitinhonha (MG), artefatos coloridos, como galinhas que trazem o típico azul-anil e bolinhas brancas, feitos pelas Figureiras de Taubaté (SP), peças encontradas no Nordeste e que remetem a temas como maracatu, capoeira, bumba-meu-boi, benzedeiras e baianas. Daí surgem as Caixas da Sorte, feitas de madeira, compostas por sementes, amuletos, sal grosso e outros elementos associados aos bons fluidos. Caixas do Amor, de Festas, da Magia e a atual Caixa Brasil, com artigos produzidos por artesãos nos quatro cantos do País, foi um pulo.
Meu Brasil brasileiro, com som
Vera decidiu aperfeiçoar suas caixas com temas brasileiros e passou a compor trabalhos com alguns objetos que havia trazido de suas viagens, garimpados durante anos. Deu certo. Passou a vender as caixas em lojas conceituadas de São Paulo e outras capitais e logo seu trabalho tornou-se comercial: desenvolvia uma caixa-piloto e fazia uma série igual. Foi um período de sucesso entre uma clientela especializada e exigente.
São vasos em cerâmica, luminárias, cadeiras e mesas revestidos de tecidos, de maneira que se tornam parecidos com patchwork. Com olhar atento às tendências e combinações de cores e estampas.
Pego peças soltas e monto histórias. Ponho meu olhar sobre o Brasil, que para mim é colorido, com muitas festas e muito humor", afirma.
Seu método de trabalho é bastante peculiar. Ela não faz croquis, por exemplo, antes de montar cada peça.
Espalho todos os objetos no chão e vou imaginando a composição na hora. É como se um filme passasse diante de seus olhos. "Vou olhando, juntando as peças e criando as histórias na minha cabeça" Vera Souto
Quando questionada sobre como classificaria seu trabalho, Vera diz não se encaixar em um único título. "Eu me considero alguém que faz arte. Eu crio, realizo, vou fazendo”
revistabrasileiros / Cláudia Pinho Caiffa
arteemter@gmail.com
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